julho 13, 2015

A Menina do Sorriso de Sol


A MENINA DO SORRISO DE SOL
Bruno Ribeiro


Como pode assim um sorriso
Chegar, contagiar e acalmar?
Distribuir alegria a tudo
E deixar a vida fluir mais fácil?

Eu o vi a primeira vez
Tentando me encontrar em meio a tantos
E quando achou radiou intenso
Chegando calmo pra não assustar

Meu coração bateu em ritmo diferente
Ali no seu canto escondido
Tentando passar desapercebido
Mas mostrando que algo tinha acontecido

Dai eu me aproximei do sorriso
Me sentindo atraído pelo brilho
Tentando descobrir de onde vinha
Pra juntar sua aura à minha

Vi então quando ela chegou
Me olhou com seu jeito simples
Me abraçou com um sentimento quente
Era uma menina com sorriso de sol




abril 27, 2015

Eu não sei de nada




Ontem estava sentado no metrô a caminho de casa, na volta do trabalho. Foi um dia difícil. minha esposa havia perdido o emprego. A empresa onde trabalho estava passando por problemas e meu salário poderia ser reduzido. Não sabia entender por que tudo aquilo estava acontecendo.

Ao meu lado havia uma criança, uma menina de uns 10 a 13 anos, não saberia definir. As crianças atualmente nem sempre são o que parecem. Algumas têm a mente melhor que a de um adulto. Ela estava sozinha.

Abri meu livro e comecei a ler. Percebi que a criança me olhava interessada. Essa cena perdurou por uns 10 minutos, talvez mais, não saberia dizer. E a criança insistentemente me olhava. No clímax de sua curiosidade ela não se aguentou e me perguntou:

- Senhor, por que é que você lê o livro de cabeça para baixo?

De cabeça para baixo? Eu pensei. Sim, o livro estava de cabeça para baixo. Por que? Por que não percebi isso antes? Não saberia responder. Por que eu nunca sei de nada? Sempre fico em dúvida sem saber o que fazer.

A criança não esperou pela resposta. Pegou o livro, o virou e me entregou de volta sorrindo. Mesmo assim eu não o consegui ler. Cheguei em casa e me peguei a noite pensando na criança. Consegui entender que as dúvidas são para todos, mas como enfrentá-las depende de cada um.

As crianças são seres curiosos que quando não sabem algo perguntam ou fazem. Quebram a cara ou acertam, mas elas se movem na vida. Conforme ficamos adultos o sentimento de coragem se passa e o medo de agir toma conta desse novo ser. É preciso parar de não saber o que fazer e começar a agir, mesmo que seja pra errar. A vida não pode esperar você ler o livro de cabeça para baixo.


Bruno O. Ribeiro

janeiro 09, 2014

À Flor da Pele



À FLOR DA PELE
Florisvalda/Lílith Blanchard


Você me olha
Meu fogo se acende
Faz meu corpo tremer
Minha flor se abre
Todinha, só pra você
Com seu toque suave
Me faz delirar
Me deixando louca
Para em seu corpo tocar
Penetras em mim
Com o fogo da paixão
Rolamos feito loucos
Da cama para chão

Um dia a gente cresce


Um dia a gente cresce e se dá conta de que toda aquela vontade de atingir os dezoito anos passou e volta a desejar os dez, a infância, a inocência, a vida sem preocupações e anseios que temos hoje.Um dia a gente cresce e precisamos tomar decisões, formar opiniões, se tornar cidadãos exercendo e exigindo seus direitos.

Um dia a gente cresce e percebe que somos cobrados e pressionados a fazer parte da engrenagem do mundo, que leva-nos pela maré alta, sem escolha, deixando pra trás tudo aquilo que foi sonhado. Um dia a gente cresce e vê que o tempo já passou, muita coisa já mudou e pensamos que o futuro acabou.

Um dia a gente cresce e precisa aprender que crescer não significa o fim, é apenas um período de experiência onde adquirimos informações, nunca o bastante, para distinguir o certo do errado, e se for preciso, começar de novo. Um dia a gente cresce e coloca os pingos nos is, colhe os frutos do que foi bom e enterra o que não deu certo.

Mas um dia a gente e cresce, olha em volta, e entende que os sonhos não precisam ser abandonados, os amigos não precisam ser deixados, o sucesso pode ser alcançado e a vida pode dar resultado. Um dia, a gente acredita, que podemos vencer, que podemos ser e queremos fazer, então chega o momento de conquistar a vitória, realizar o sonho e aproveitar da vida o que de melhor se puder encontrar, relembrando da criança que um dia cresceu com seus medos mas superou as expectativas, e chegou onde queria.


Bruno Ribeiro

janeiro 02, 2014

Ano Novo, Vida Velha


Então é assim, um ano novo começou, muitas promessas são feitas, muitos sonhos desejados, muitos agradecimentos de realizações no ano passado. Mas tudo isso vai sendo deixado de lado, conforme os dias passam. É clichê dizer que o ano novo é esperança de novas conquistas, tempo de fazer algo novo, resolver os embaraços. E muitas vezes se prometem coisas sendo que o que foi prometido no ano passado ainda nem foi cumprido.

O que acontece na verdade é uma noite de virada de ano, que os franceses batizaram com o nome de réveillon, comemorado em primeiro de janeiro por instituição do antigo imperador romano Júlio Cesar. Uma noite onde tudo é favorável para dar certo, para ser perfeito. Mas aí ela acaba, e muitas vezes todas aquelas sensações e anseios acabam também aí, e então o ano novo volta a ter a vida velha.

Um dia é preciso perceber que o tempo passa, as palavras se apagam, os acontecimentos tornam-se apenas lembranças, e o que foi dito pode não ser cumprido. Por isso prometa apenas o que pode cumprir, e cumpra-o. Não deixe as palavras em vão, desperdiçadas, isso só traz desânimo de não poder alcançar objetivos. Vá devagar que longe se chega!

Se quer saber o que prometi na virada do ano, terminar a faculdade que prometi fazer lá na virada de 2009/2010. E não é somente em primeiro de janeiro que se constroem sonhos, seus desejos podem ser feitos em qualquer dia do ano, como o ano novo chinês que sempre acontece em datas diferentes. Você pode ter um ano novo e uma vida nova sempre que quiser, só basta desejar!

Bruno O. Ribeiro



janeiro 31, 2013

ALCATRAZ

ALCATRAZ
(por Wendel Araújo)

Liberte-se dessa prisão amarga de desamores,
Não lhe deixarei condenada a perpetua solidão no alcatraz do coração,
Queria ir correndo, a passos largos,
Entretanto, estou sem domínio próprio, desvairado, alucinado,
Em meu peito cresce uma apetência alvitraria ao meu feitio,

Devaneios meus...
Mas quero lhe ter aqui, lhe envolver em meus braços, te arrancar suspiros.
Ilusão? Talvez a mais densa, e propensa, e condizente de todas,
Estás aprisionada por que queres, não nutres nenhum amor, tampouco queira.
Audácia minha,  com intenção bastante firme, nenhum capricho seguirei,
Arrancar-lhe-eis da sombria forma de sequidão,
E regarei com a mais faminta leviandade ao amor,
Terás irreflexão doentia ao que saberás que é feito aquilo que antes temias.