janeiro 19, 2012

Solitária(mente)

Larissa Vieira Valadão

Estranhos sentimentos em desacordo. Desacordo entre alma e razão. Tão distantes que soam quase paradoxais. E análises superficiais poderiam erroneamente dizê-los fúteis. Fúteis não são os sentimentos, fúteis são as pessoas. Movidas pelo egoísmo barato do medo de perder. Perder não sonhos ou oportunidades, mas perder para outras pessoas. Competitividade descabida. A vida não é uma corrida, ninguém tem que chegar primeiro. Chegar ao fim da linha é o suficiente, e de preferência, não solitária(mente) no topo do pódio como pensam tais egoístas e sim acompanhados de amores e amigos.

Caminhos que se cruzam e descruzam, em um emaranhado confuso de encontros e desencontros. Teias trançadas tão firmemente ao nosso redor que por vezes parecem nos sufocar. Deixam arranhões e machucados, desânimo. Para logo em seguida serem cortadas sem aviso. A liberdade pode ser tão assustadora quanto a prisão. E o cotidiano tão confortável quanto dormir ao sol em uma manhã de domingo.

Fugir da rotina é um desafio. Desafio que pode trazer todo tipo de consequencias. Consequencias que podem ser tanto negativas quanto positivas, tudo depende do ponto de vista. Nada é absoluto. Referenciais distintos resultam em análises contraditórias, nem certas nem erradas, apenas diferentes. Então, após sentir mais uma relação cortada sem aviso, e perceber-se perdido, assolado por sentimentos -em desacordo- não se entregue à solidão. Sentimentos não são fúteis, por mais que à eles outra pessoa não dê a devida importância. Fúteis são as pessoas que, de forma egoísta, não consideram os sentimentos alheios e esquecem que a vida não é uma corrida. Na vida, empatar é sempre melhor que vencer.




Texto do Leitor

Nenhum comentário: